Ainda Estou Aqui: o Oscar que ilumina a memória e resiste ao esquecimento

A vitória do filme “Ainda Estou Aqui” no Oscar, como Melhor Filme Internacional, não é apenas uma conquista histórica para o cinema brasileiro. É um ato político. A obra, adaptada do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice Paiva e do deputado Rubens Paiva, vítima emblemática da ditadura militar, resgata uma narrativa de dor, resistência e luta contra o apagamento. Num momento em que setores da extrema-direita brasileira tentam reescrever a história, negando os crimes da ditadura (1964-1985), o reconhecimento internacional do filme é um recado poderoso: a arte não se cala diante do fascismo. A história do filme se entrelaça com a trajetória da família Paiva, cujo destino foi atravessado pelo golpe de 1964, financiado e apoiado pelos Estados Unidos. Como destacado pelo Brasil 247 , o governo de João Goulart (Jango) foi derrubado não apenas por suas “reformas de base” , mas também por sua “política externa independente”, que desafio...