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Ainda Estou Aqui: o Oscar que ilumina a memória e resiste ao esquecimento

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A vitória do filme   “Ainda Estou Aqui”   no Oscar, como Melhor Filme Internacional, não é apenas uma conquista histórica para o cinema brasileiro. É um ato político. A obra, adaptada do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice Paiva e do deputado Rubens Paiva, vítima emblemática da ditadura militar, resgata uma narrativa de dor, resistência e luta contra o apagamento. Num momento em que setores da extrema-direita brasileira tentam reescrever a história, negando os crimes da ditadura (1964-1985), o reconhecimento internacional do filme é um recado poderoso: a arte não se cala diante do fascismo. A história do filme se entrelaça com a trajetória da família Paiva, cujo destino foi atravessado pelo golpe de 1964, financiado e apoiado pelos Estados Unidos. Como destacado pelo   Brasil 247 , o governo de João Goulart (Jango) foi derrubado não apenas por suas   “reformas de base” , mas também por sua   “política externa independente”,   que desafio...

Torturas, desaparecimentos, repressão e negacionismo: os riscos de uma ditadura bolsonarista

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No ano do cinquentenário do assassinato do jornalista judeu-brasileiro Vladimir Herzog pela ditadura militar brasileira, quando políticos descarados tentam aprovar uma anistia para os crimes do bolsonarismo, que tentou implantar uma nova ditadura em 8 de janeiro de 2023, é necessário refletir sobre os riscos reais de um regime ditatorial sob Bolsonaro. Há cinco décadas, o Brasil viveu os horrores de um regime que se valeu da tortura para silenciar a dissidência. Em obras como   Tortura Nunca Mais   e   Brasil: Nunca Mais , incontáveis relatos de vítimas – desde mulheres como   Amelinha Teles até militantes e opositores   – expõem a crueldade de torturadores como o   coronel Ustra   e o   delegado Fleury . Essas narrativas, registradas com rigor histórico e testemunhadas por sobreviventes, mostram um   passado de dor, onde métodos brutais, como descargas elétricas, espancamentos e outras torturas inimagináveis , marcaram a vida de milhares de ...

Contra a anistia para salvar a democracia

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Anistiar   (perdoar os crimes d) os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 não é, no mínimo, uma medida de justiça restaurativa – é um risco direto à manutenção do Estado Democrático de Direito. Nos debates recentes, renomados juristas e especialistas em Direito vêm apontando argumentos contundentes contra essa proposta, que, se aprovada, representaria não só um retrocesso jurídico, mas também   um incentivo perigoso à impunidade. Punição da tentativa de golpe como pilar da Democracia Um dos argumentos centrais é o de que a punição para a tentativa de golpe é indispensável. Afinal, se um golpe se efetivasse,   o país perderia os alicerces da ordem democrática e as instituições responsáveis pela proteção dos direitos fundamentais deixariam de existir.   Assim, ao não punir aqueles que tentaram derrubar a ordem constitucional, abre-se um precedente que pode comprometer a própria existência do Estado Democrático de Direito. Coerência constitucional e a proteção das...

A prisão do general de Bolsonaro

Para que serve um general? Em tese, para liderar as forças armadas de seu país contra perigos externos, que ameacem o seu povo. Do que é acusado o general Braga Netto, ex-candidato a vice de Bolsonaro, preso hoje? De planejar: golpe de Estado, que mataria a liberdade democrática de sua própria Pátria, e o assassinato do presidente eleito Lula, do vice-presidente eleito Alckmin e do ministro-presidente da Justiça Eleitoral Alexandre de Morais. Em vez de defender a todos os brasileiros, independentemente da opção político-partidária destes, como é o dever de um general, Braga Netto preferiu atacar uma parte considerável dos seus próprios compatriotas, que elegeram Lula em 2022, mas que tinham escolhido Bolsonaro em 2018, como acontece nas democracias. O general teria praticado esses crimes porque não concordava em ter perdido a eleição presidencial? Obviamente, não se justifica. Na democracia, a guerra se resolve na política. Quem ganha, governa. Quem perde, vira oposição. Quatro anos de...