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Há quem queira mal ao Papa Francisco? Entenda o contexto

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  Em meio à recente internação do Papa Francisco, que desperta preocupação global, emerge nas sombras um fenômeno perturbador: campanhas de ódio e especulações prematuras lideradas por setores da extrema-direita, tanto dentro quanto fora da Igreja Católica. Enquanto fiéis ao redor do mundo oram por sua recuperação, grupos conservadores e figuras políticas aproveitam o momento para atacar seu legado, revelando não apenas uma divergência ideológica, mas uma rejeição aos princípios cristãos que Francisco encarna. Como destacado pelo site UOL, há uma  “torcida pela morte do Papa Francisco nas redes”, um reflexo da “escalada do ódio”  em tempos de polarização (Sakamoto, 2025). Esse comportamento, que transforma a fragilidade humana em espetáculo macabro, contrasta radicalmente com a mensagem de compaixão e misericórdia que o pontífice defende. Não se tratam apenas de críticas políticas, mas de um ataque à própria essência do cristianismo, que Francisco busca revitalizar: um co...

A retomada do emprego formal no Brasil sob o 3º Governo Lula

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Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), consolidados entre 2023 e 2024, revelam um cenário promissor para o mercado de trabalho brasileiro:   2,1 milhões de empregos formais criados nesse período , segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. Esse resultado, que inclui uma média mensal de 87,5 mil vagas com carteira assinada, reflete a recuperação econômica sustentada e a eficácia de políticas públicas focadas na geração de emprego, na reindustrialização e na redução das desigualdades regionais. Em 2023, primeiro ano do terceiro governo Lula, o país gerou  1,483 milhão de postos formais , o melhor desempenho desde 2010, excluindo o ano atípico de 2021 (pós-flexibilização da pandemia). Em 2024, apesar de um contexto global desacelerado, o Brasil manteve a trajetória positiva, com  618 mil vagas criadas apenas nos primeiros sete meses  (até julho), projetando um total anual próximo a 1 milhão. Tais números consolidam  uma reversão clara da...

O Pé-de-Meia é um acerto

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O Programa Pé-de-meia, instituído pela  Lei nº 14.818/2024  e regulamentado logo em seguida, nasceu com o objetivo de reduzir a evasão e promover a conclusão do ensino médio por estudantes de baixa renda. Ao criar uma espécie de  “poupança estudantil”,   o governo não apenas oferece um suporte financeiro direto, com incentivos que podem chegar a R$ 9.200 ao longo dos três anos da etapa, mas também estimula o aprendizado de gestão financeira e a inclusão social. Ele surgiu em um contexto de persistentes desigualdades no acesso à educação e altas taxas de abandono escolar, agravadas pela pandemia e por décadas de políticas insuficientes. Conforme relatos oficiais, o programa foi idealizado para enfrentar o fato de que meio milhão de jovens abandonavam o ensino médio para ajudar no orçamento familiar, um cenário que o presidente Lula descreveu como  “uma revolução”   ao afirmar: “O Pé-de-Meia é uma revolução, porque descobrimos que meio milhão de jovens desist...

Trabalhar menos, trabalhar todos, produzir o necessário, distribuir tudo

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A proposta da deputada federal Erika Hilton (PSOL/SP) de acabar com a escala 6×1 e reduzir a jornada de trabalho semanal de 44 para 36 horas não é apenas uma atualização das relações de trabalho, mas um passo importante em direção a uma sociedade mais justa, sustentável e que valoriza a qualidade de vida dos trabalhadores. A PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que sugere uma semana de trabalho de quatro dias – com ajustes feitos por meio de acordos coletivos –, já recebeu amplo apoio popular e de diversos setores políticos. Além disso, está alinhada com tendências globais, principalmente europeias, que mostram que repensar o modelo de trabalho pode aumentar a produtividade sem prejudicar a produtividade e os direitos dos trabalhadores. Em uma coletiva de imprensa, Erika Hilton destacou: “Já existem estudos políticos e econômicos que mostram que é possível repensar a jornada de trabalho, como foi feito em outros países, adaptando essas experiências à nossa realidade.” Essa fala ref...

Você acredita que vai vencer na vida sendo o chefe de si mesmo? A mentira do empreendedorismo meritocrático

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A narrativa do   “chefe de si mesmo”,   de   “vencer na vida”   e da ideia de que   “todo mundo tem as mesmas 24 horas”   tem sido amplamente propagada como fórmula mágica para o sucesso. Essa visão, profundamente enraizada na propaganda neoliberal, engana a classe trabalhadora ao ocultar as desigualdades estruturais e promover um empreendedorismo sem garantias ou direitos trabalhistas. Essa é a armadilha: transformar o fracasso coletivo em responsabilidade individual, enquanto a exploração e a precarização se normalizam. Quantas vezes já ouvimos que   “todo mundo tem as mesmas 24 horas do dia”?   Essa frase, aparentemente inofensiva, serve para mascarar as desigualdades reais do cotidiano. Enquanto alguns desfrutam de jornadas de trabalho dignas, transporte adequado, condições de saúde e apoio familiar, outros enfrentam longos deslocamentos, jornadas exaustivas e responsabilidades domésticas que duplicam a carga de trabalho. Como demonstrado em a...

O cristianismo é incompatível com a extrema-direita?: uma análise a partir do 7º domingo do tempo comum de 2025

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Os textos litúrgicos do 7º domingo do Tempo Comum (23/02/2025) —1Samuel 26,7–9.12–13.22–23, o Salmo 102(103),1–4.8-10.12–13, 1Coríntios 15,45–49 e o Evangelho de Lucas 6,27–38 — compartilham um mesmo impulso ético e espiritual que é central na teologia cristã: o chamado à misericórdia, ao perdão e à renovação interior que transforma as relações humanas. 1 Samuel 26,7–9.12–13.22–23   relata o episódio em que Davi, perseguido pelo rei Saul, tem a oportunidade de eliminar seu inimigo. Incentivado por Abisai a exercer uma justiça vingativa, Davi opta por poupar a vida de Saul. Essa decisão não é meramente uma questão de prudência política, mas reflete uma ética que reconhece a sacralidade da vida e o fato de que somente Deus pode julgar e tirar a vida de alguém. Assim, Davi demonstra uma postura de misericórdia e respeito pelo “ungido do Senhor”, colocando a justiça divina acima da vingança humana. O   Salmo 102 (103)   enfatiza o caráter compassivo e misericordioso de D...

Torturas, desaparecimentos, repressão e negacionismo: os riscos de uma ditadura bolsonarista

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No ano do cinquentenário do assassinato do jornalista judeu-brasileiro Vladimir Herzog pela ditadura militar brasileira, quando políticos descarados tentam aprovar uma anistia para os crimes do bolsonarismo, que tentou implantar uma nova ditadura em 8 de janeiro de 2023, é necessário refletir sobre os riscos reais de um regime ditatorial sob Bolsonaro. Há cinco décadas, o Brasil viveu os horrores de um regime que se valeu da tortura para silenciar a dissidência. Em obras como   Tortura Nunca Mais   e   Brasil: Nunca Mais , incontáveis relatos de vítimas – desde mulheres como   Amelinha Teles até militantes e opositores   – expõem a crueldade de torturadores como o   coronel Ustra   e o   delegado Fleury . Essas narrativas, registradas com rigor histórico e testemunhadas por sobreviventes, mostram um   passado de dor, onde métodos brutais, como descargas elétricas, espancamentos e outras torturas inimagináveis , marcaram a vida de milhares de ...

Contra a anistia para salvar a democracia

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Anistiar   (perdoar os crimes d) os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 não é, no mínimo, uma medida de justiça restaurativa – é um risco direto à manutenção do Estado Democrático de Direito. Nos debates recentes, renomados juristas e especialistas em Direito vêm apontando argumentos contundentes contra essa proposta, que, se aprovada, representaria não só um retrocesso jurídico, mas também   um incentivo perigoso à impunidade. Punição da tentativa de golpe como pilar da Democracia Um dos argumentos centrais é o de que a punição para a tentativa de golpe é indispensável. Afinal, se um golpe se efetivasse,   o país perderia os alicerces da ordem democrática e as instituições responsáveis pela proteção dos direitos fundamentais deixariam de existir.   Assim, ao não punir aqueles que tentaram derrubar a ordem constitucional, abre-se um precedente que pode comprometer a própria existência do Estado Democrático de Direito. Coerência constitucional e a proteção das...

O agro está descartando alimentos para elevar os preços da comida?

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Denúncias vêm ganhando força ao apontar que o setor agropecuário brasileiro estaria, de forma deliberada, descartando parte de sua produção para criar uma falsa escassez e, assim, inflacionar os preços dos alimentos. Essa prática, que beneficia produtores já favorecidos por bilhões em subsídios e isenções fiscais, tem sido amplamente criticada por personalidades e veiculada em reportagens que expõem os impactos negativos para o consumidor. O advogado e cientista político Samuel Costa foi contundente ao afirmar que   “produtores que recebem bilhões em dinheiro público subsidiado e isenção de impostos estão jogando alimentos fora para forçar o aumento dos preços nos mercados e desestabilizar a economia brasileira”.   Em suas declarações, Costa acrescentou:   “Uma pessoa que joga a sua produção agrícola fora porque não curtiu os preços praticados tem que ser responsabilizada judicialmente e perder subsídios e incentivos dados pelo governo. É inadmissível vermos pseudos patri...

Café caro mesmo com inflação mais baixa em janeiro: entenda tecnicamente o motivo

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O café, símbolo cultural e econômico do Brasil, está até no brasão das armas nacionais, enfrenta uma disparada de preços histórica. Em janeiro de 2025, o produto atingiu o maior valor em 28 anos, com a saca de 60 kg de arábica chegando a R$ 2.750 em algumas regiões.   Enquanto isso, o consumidor brasileiro viu o preço do pacote de 1 kg subir quase 50% em 12 meses.   Mas o que está por trás desse cenário? E por que outros alimentos também encareceram, mesmo com   a inflação geral de alimentos desacelerando para 0,96%   em janeiro, a menor desde a criação do Plano Real? 1. Clima adverso: o maior vilão das lavouras Os   eventos climáticos extremos   são o ponto de partida para entender a crise. Secas prolongadas e ondas de calor nos estados produtores (como Minas Gerais e São Paulo) prejudicaram a floração e o desenvolvimento dos grãos. Em 2024, a produção brasileira caiu para 54 milhões de sacas, contra 63 milhões em 2020. As plantas, sob estresse, “abortaram...